Defenda Santo Ângelo
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Os buracos de Santo Ângelo já não cabem no planeta...
Porém, ao chegar na nossa amada terrinha, vindo da Serra Gaúcha, após 3 meses sem visitar nossa cidade me deparo com o que dias depois se tornou o centro das conversas por onde passava: a 'buraqueira' que a cidade está.
Porém, ao invés de questionar a administração pública, que não efetua a manutenção das vias, gostaria de perguntar algo diferente: a qualidade do asfalto. Conheço várias outras cidades especialmente em outros estados cujo asfalto dura muito mais do que o nosso. Vou citar exemplos que convivo diariamente, em Florianópolis e São José, SC. A qualidade e durabilidade do asfalto é muito maior, além da coloração do mesmo ser um pouco mais clara, e a camada aplicada apresentar uma compactação muito melhor e a brita utilizada ser menor. Não sou engenheiro de materiais, mas muitas vezes o asfalto aplicado na nossa terrinha já nasce com os dias contados, já vi vezes em que dias após a aplicação os buracos se formavam novamente.
Recapear as vias a cada ano é inviável, o ideal é investir em um asfalto de qualidade, nem que para isso necessite remover todo o asfalto atual ao invés de simplesmente colocar remendo em pano velho como se tem feito.
Noto também que nossas vias são muito largas. Sim, após quase 3 anos em Florianópolis, onde o problema é o contrário, onde muitas vezes preciso parar o carro para dar lugar para outro veículo em sentido contrário prosseguir, vejo que nossas vias são bastante largas, ruas vicinais onde facilmente passam 2 carros em cada sentido e ainda sobra vaga para estacionar. Tudo isso complica o asfaltamento uniforme e de qualidade. Porém as vias principais necessitam de um asfalto durável, as avenidas, vias de acesso à cidade e ruas com maior movimento.
Pequenas medidas além do asfaltamento como pintura do meio-fio e melhor sinalização também contribuiriam para a melhoria do visual para quem visita nossa cidade. Um cuidado constante e apartidário, independente de período eleitoral ou transição.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Evolução Populacional do Rio Grande do Sul - 2000-2010
- Semelhantemente ao que ocorre em SC, o RS está se concentrando na porção leste ou próxima ao litoral, nos já consolidados eixos da RM de POA, Serra Gaúcha, com a expansão mais ao sul com o grande crescimento de Pelotas e Rio Grande.
- Dos municípios maiores do Interior e a mais de 150km de POA, apenas Passo Fundo e Santa Maria apresentaram crescimento considerável (> 5000 habitantes).
- Partindo para o Noroeste do RS, considerando toda a região conforme oficialmente definida, entre as cidades com mais de 50.000 habitantes apenas Passo Fundo e Erechim apresentaram crescimento acima de 5000 habitantes.
- Ijuí e Santa Rosa apresentaram crescimento positivo, porém inferior a 5.000 habitantes.
- Quedas consideráveis em Santo Ângelo e Cruz Alta.
Começando 2012...
Mas não quero começar o ano falando de Carnaval, quero falar dos principais motivos e temas deste blog:
- Santo Ângelo, história, arqueologia e cultura
- Economia regional - Noroeste do RS
- Desenvolvimento econômico
- Crescimento populacional
- Política
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Santo Ângelo, menos desenvolvida do que pensamos
Saiu esta semana o IFDM, Índice FIRJAM de Desenvolvimento Municipal, que traça o grau de desenvolvimento municipal em todo o país com base em três fatores: Emprego e Renda, Educação e Saúde. A FIRJAM é uma instituição respeitada que há 4 anos faz este levantamento.
No ranking nacional amargamos a posição de número 482, mas pensando que temos mais de 5000 municípios no país, estamos entre os 10% mais desenvolvidos. Vamos partir para o RS, onde amargamos uma distante posição 62, logo atrás de cidades como Augusto Pestana e São Marcos.
Porém o que sempre gosto de ressaltar é o desenvolvimento regional, ao menos na região das Missões deveríamos ser os primeiros, correto? Não. A pequenina porém pujante Cerro Largo figura no topo da lista, na quinta posição do estado e quase no 'TOP 100' nacional. Mas novamente virão os críticos de plantão dizer que não é parâmetro avaliar cidades com populações tão discrepantes.
Então vamos pegar nossas vizinhas, Santa Rosa e Ijuí, pois bem, cidades aparentemente no mesmo nível de Santo Ângelo, não é mesmo? Não. Se fosse um jogo de futebol, um triangular final entre Santo Ângelo, Santa Rosa e Ijuí, perderíamos de goleada. Ijuí, na quarta posição estadual e, 129 nacional e Santa Rosa, sétima colocada estadual e 143 nacional estão muito além de nós.
Sim, falta bastante para chegarmos ao topo. Topo este ocupado por cidades da Serra, as já tradicionais pujantes Bento e Farroupilha, seguidas por Lajeado e por nossos vizinhos Ijuí e Cerro Largo.
Mas, vejamos também pelo lado do copo metade cheio. O índice é do ano base de 2009, e neste período a crise mundial afetou bastante todo o mundo. Esperava mais de Santo Ângelo, pois a cidade não está mais vivendo o período negro de estagnação, apesar de faltar muito para ser uma cidade Polo realmente pujante.
Abaixo vocês podem acompanhar os dados completos para nossa cidade:
BR RS IFDM EMPREGO EDUCACAO SAUDE
482º 62º RS Santo Ângelo 0.7652 0.6115 0.8078 0.8761
Os índices são calculados de 0 (menor desenvolvimento) até 1.0 (desenvolvimento pleno) Como podemos ver, nossa clara deficiência persiste na geração de empregos. Seguido da Educação e Saúde. Mas a diferença é gritante, apesar de melhoras na geração de emprego e desenvolvimento econômico seguimos distantes dos nossos vizinhos.
Sonho com uma Santo Ângelo forte e pujante, com indicadores incontestáveis de desenvolvimento e qualidade de vida. Vejo que muito tem sido feito para melhorar isto, mas ainda falta bastante. O crescimento sustentável e continuado, que permitirá aos nossos jovens permanecer na cidade gerando riqueza nela e não migrando para outras regiões, uma educação de qualidade e saúde realmente ao alcance de todos.
Fernando Schubert
Cientista da Computação
Desgarrado do Pago em Florianópolis - SC, mas sempre antenado com as Missões
Este texto poderá ser copiado e utilizado, mantendo-se o autor e fonte (essa é uma indireta para certos veículos de comunicação de Sto. Ângelo que utilizaram já várias vezes conteúdo de minha autoria ou por mim enviado sem citar fonte)
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Saudades...
Preservar para que?
Nos últimos dias a questão da preservação ou não preservação do patrimônio histórico remanescente voltou à tona
Infelizmente o Brasil anda na retaguarda do desenvolvimento sustentável e preservação do patrimônio. Enquanto a Europa reconstrói com extremo esforço, demolindo monstrengos construídos sobre palácios para restaurar o antigo esplendor e investindo bilhões de euros na busca de seu patrimônio destruído em guerras, o Brasil, nunca atingido por nenhum conflito conseguiu destruir praticamente tudo em nome do tão falado progresso. Uma pergunta que me vem a mente é: que progresso é esse que destrói o passado sem remorso? Que futuro nos espera se quase nada nos resta que conte a história das nossas cidades?
Infelizmente Santo Ângelo preservou pouco, muito pouco. Temos pouquíssimos remanescentes do nosso passado, muitos dos quais bastante danificados por reformas que quase em sua totalidade apenas deformam e agridem o visual. Já escutei de pessoas próximas que ficaram decepcionadas com o que viram
Falta cultura e conscientização. A cultura da preservação, da valorização do bem histórico e, sim do orgulho em possuir um imóvel que conta a história de toda uma região. Falta também a mudança de mentalidade que o velho é ruim e o novo é bom. Na Europa nada mais arrojado do que ter seu escritório ou empresa em um prédio histórico perfeitamente preservado.
Minha tristeza é grande, pois desde pequeno vi Santo Ângelo se destruindo, se anulando historicamente. Poderia citar dezenas de demolições que me deixaram profundamente tristes, muitas dos quais para dar lugar a terrenos vazios, ou estacionamentos.
Vou ainda além, além de preservar as autoridades competentes e a sociedade civil deveria se engajar na restauração dos imóveis históricos, recuperando suas características originais e se possível ainda, reconstruir o que foi perdido e cujo lote encontra-se vago.
Temos também a questão dos donos de imóveis, muitos contrários à preservação. Estes devem receber incentivos para restaurar seus imóveis, isenção total de impostos para os que preservarem as características originais e alternativas de compensação financeira pelas eventuais perdas ou desvalorização do lote. É possível preservar e lucrar muito com isso, creio que várias casas no entorno da Catedral poderiam virar museus ao céu aberto com janelas de visualização dos remanescentes jesuíticos e sim, cobrar pela visitação. Temos uma história riquíssima que não pode se perder de maneira tão leviana, e temos um potencial não explorado imenso, aguardando muitas vezes sob o solo ser descoberto.
Espero que não seja apenas mais uma demolição, pois cada casarão demolido, cada casa desfigurada é um pedaço da minha e da história de todos os santo-angelenses que desaparece.
--
Fernando Schubert
Cientista da Computação
P.S. Desculpem os erros de português, concordância etc. Escrevi este texto em 20 minutos devido à indignação e necessidade de fazer algo de útil por nossa amada, linda mas muitas vezes maltratada cidade.